Leituras
CADEIA DE VALOR VIRTUAL
Em "Exploiting the Virtual Value Chain", artigo publicado em 1995 na Harvard Business Review (Vol. 73, N.º 6, Novembro-Dezembro, pp. 75-85), Jeffrey Rayport e John J. Sviokla constataram que existem três estádios na adopção de processos virtuais de criação de valor.
Visibilidade. As empresas utilizam a informação para gerir as operações físicas com maior eficácia. Os gestores recorrem ao uso dos sistemas de informação para coordenar, avaliar e controlar as actividades da sua cadeia de valor física. Os sistemas permitem deste modo que a cadeia de valor física seja vista como um todo interligado e não como um conjunto de actividades isoladas.
Espelho. Depois de tornarem visível os seus sistemas de informação, as empresas começam a desenvolver uma cadeia de valor paralela à cadeia de valor física. O mercado deixa de ser exclusivamente o espaço físico onde se desenvolvem operações e assume também o papel de um mercado virtual em que as operações digitais ganham importância. O desenvolvimento da cadeia de valor virtual resulta da transferência de actividades do espaço físico para o espaço virtual ao mesmo tempo que se registam melhorias sensíveis na cadeia de valor física. Rayport e Sviokla relatam o processo de desenvolvimento de um novo automóvel. Através de processos virtuais, o construtor pode ultrapassar as clássicas limitações de tempo e espaço típicas dos processos físicos. O desenho e testes ao protótipo são efectuados em ambiente digital por vários técnicos e equipas espalhadas pelo mundo fora. Através de uma rede, os técnicos partilham informação 24 horas por dia, definem objectivos e integram fornecedores no processo.
Novas relações com clientes. Nesta fase, a informação é utilizada para criar novas relações com clientes. Estas novas relações resultam do valor atribuído aos clientes através da cadeia de valor virtual. Ou seja, as empresas não se limitam a criar valor para o cliente, mas procuram também obter os benefícios dessa prática. Talvez a forma mais visível de como as empresas têm obtido valor desta forma seja a utilização que tem sido feita da World Wide Web para promover produtos e obter informações dos consumidores. Neste estádio de evolução, o espaço virtual torna-se não só um novo veículo de promoção, mas também o meio que muitas empresas utilizam para efectuar os seus negócios. Um bom exemplo de actuação no espaço virtual verifica-se na indústria da imprensa escrita, onde a relação entre produtores e consumidores tem sofrido uma transformação de tal forma forte dos seus componentes de marketing (produto, preço, promoção e distribuição) que a compreensão do futuro do negócio torna-se num exercício de difícil concretização.