Vasco Eiriz

Saco azul Bolsa de oportunidades para empreendedores
O SORRISO DE PINTO DA COSTA

Empreender já tinha ouvido dizer que o novo estádio da Luz iria perder alguns lugares relativamente ao projectado porque, ao que parece, eram lugares onde o público não caberia de pé! Dir-se-ía que é um problema de engenharia e até aqui tudo bem (?), mas, afinal de contas, começam a aparecer mais desvios na lotação dos estádios para o Euro 2004, neste caso no estádio do Bessa. Os problemas que parecem ser de engenharia poderão ser assim problemas de gestão e, quando assim é, Empreender está atento.

A notícia vem na secção de desporto do Público de ontem e mereceu a nossa curiosidade porque é bem reveladora do estilo de gestão que por cá se vai praticando. A história conta-se em poucas palavras. Basicamente, o Bessa previa ter 30000 lugares mas feita uma auditoria constata-se que a sua lotação se quedou por 28600. Como a comparticipação estatal andará na casa dos 1000 euros por lugar, fazendo as contas, parece que o Estado deverá reduzir a comparticipação inicialmente prevista em qualquer coisa como 1400000 euros, soma nada desprezível para o cofre de qualquer clube de futebol e muito menos para a gestão criteriosa a que o Boavista nos habituou.

A notícia publicada não é, naturalmente, tão crua como os nossos números sugerem e, como nestas coisas do futebol se movem muitos interesses, o relato prefere encontrar justificações do arco da velha para o desvio. É nestas explicações que o leitor poderá ler integralmente que reside aquilo que aqui se chama o bom velho estilo lusitano.

Seria caso para dizer a João Loureiro que lhe faltou aquele bocadinho para chegar aos 30000!!! Nestas matérias, Empreender é, contudo, pouco dado a Suisinhos e, por muito que aprecie umas boas tripas, não deixa de ver neste episódio um novo estilo de contas à moda do Porto. Olhando agora em retrospectiva para a novela Rui Rio – Pinto da Costa, não pode deixar de se sentir alguma empatia com o enredo. No fundo, como já toda a gente tinha percebido, a grande desavença entre Rui Rio e Pinto da Costa não eram só caprichos. Estavam também em causa terrenos e projectos imobiliários em que as contas, à semelhança da lotação do Bessa, também não batiam certas.

Aprendendo com a co-habitação entre Pinto da Costa e Rui Rio, será que iremos ter agora um "remake" em que os artistas principais passam a ser João Loureiro e um qualquer ministro? Empreender aposta que isso não irá acontecer mas sabe que, como sempre, Pinto da Costa é o último a rir. Até ver!