Foi hoje tornado oficialmente público que a IKEA, o maior retalhista do mundo de mobiliário e decoração, vai localizar três unidades industriais em Paços de Ferreira. Trata-se de um investimento de 135 milhões de euros que criará 1500 postos de trabalho directos e indirectos. É um dos maiores investimentos industriais do grupo na Europa para produzir "móveis de estrutura alveolar, portas de cozinha, e mobiliário em folheado de madeira". Aproximadamente 90 por cento da produção destina-se à exportação para outros países. Sabe-se ainda que, durante meses, vários munícipios concorreram entre si para atrair os investimentos da IKEA.
Seria agora deveras interessante identificar os factores que, para além dos tradicionais financiamentos estatais e municipais ou da proximidade de importantes interfaces de transportes, mais ponderaram na escolha. Para mim seria particularmente interessante compreender que papel jogou o facto de Paços de Ferreira ser a "capital do móvel", à volta da qual se localizam provavelmente largas dezenas de empresas produtoras de móveis. Como vai reagir este distrito industrial à chegada de um operador como a IKEA? Que dinâmicas competitivas se estabelecerão localmente? Como co-existirão todas estas empresas com o gigante sueco? Que partido podem tirar desta co-localização? De que forma as PMEs locais e a própria IKEA vão adaptar comportamentos e estratégias? A que dinâmicas colaborativas e manifestações de rivalidade iremos assistir? Estas e outras questão merecem agora um bom estudo de caso. Aceitam-se voluntários.