EMPOSSADO. Tomei posse. Hoje tomei posse como "funcionário público". Desta vez não coloquei gravata mas estriei uns sapatos novos que a Rodhe me garante terem custado metade do seu valor. Foi-me concedida a "nomeação definitiva", um termo que me desagrada solenemente mas que, reconheço, é um bem muito procurado na academia. Ser funcionário público não é coisa que ambicionasse na vida, mas talvez contaminado pelo vírus que assola o país, vim cá parar. É certo que tive que penar 13 anos na minha universidade para aqui chegar. Vá se lá saber porquê! Num estatudo que, na verdade, não considero ser de um verdadeiro funcionário público, mas avante ... Num ritual que me fez lembrar a tropa e o doutoramento em Inglaterra, tive que passar primeiro na divisão de recursos humanos para assinar um papel. A senhora perguntou-me se era "especialista". Disse-lhe que não, que só era "professor auxiliar". Depois fui à cerimónia. Jurei perante o meu Reitor com a presença de outros empossados, empossantes e do próprio empossador. Bem comportado, fui o primeiro a chegar e talvez por causa do nome, fui o último a jurar. Mas, confesso, ainda agora me questiono se terei feito tão bom negócio com a minha universidade como fiz com a Rodhe!