Por vezes existem oportunidades de negócio nos sítios menos prováveis. Soube de um bom exemplo desses: existe uma empresa em Santiago de Compostela que faz uma coisa tão simples como guardar a viatura de um passageiro que se desloque de avião. No regresso entregam-lhe a viatura lavada. É básico, não é? Porque há-de ficar uma viatura estacionada vários dias no parque de um aeroporto a pagar preços exorbitantes? Afinal de contas, é sempre possível criar serviços mais atractivos. Evidentemente, o serviço, além de incomparavelmente mais barato, é mais completo e extenso. Chama-se a isto criar valor para o cliente.
Um outro exemplo, também ele demasiado banal. Há por aí algum distribuidor suficientemente competente, rápido, eficaz e com preços decentes de livros académicos estrangeiros? Eu e muitos dos meus colegas vemo-nos e desejamo-nos para ser bem servidos nesta matéria. Em tempos eramos abastecidos por um senhor inglês que operava a partir, imagine-se, do Redondo, no Alentejo. A empresa tinha um nome fantástico - Papa-Figos - mas, entretanto, desapareceu ou porque os figos acabaram ou talvez porque o homem se tenha fartado do Redondo. Sabem quem nos fornece agora? Um distribuidor espanhol, evidentemente!
Vá lá, um terceiro exemplo. Também ele espanhol. Em Barcelona existe uma empresa que gere o essencial do seu serviço pela internet. Sabem o que é que ela comercializa? Espaços de garagem. Basicamente, através duma plataforma de oferta e procura, disponibiliza durante o dia lugares de garagem vagos. Ou seja, se eu tiver uma garagem e sair com a viatura de dia, por exemplo, para ir trabalhar, aquela empresa arranja um cliente para ocupar aquele lugar durante o dia. Ficam todos a ganhar: eu que rentabilizo o meu espaço, o cliente que fica com estacionamento mais barato, e a empresa que naturalmente se faz pagar pelo serviço prestado. Também um conceito demasiado simples, não é verdade? Ainda por cima com interesse público!
