Três breves registos do dia de hoje com um ponto em comum; o duma postura que diria ser "pouco agradecida" perante o trabalho, apesar da cada vez maior insegurança no emprego.
No primeiro registo, uma reportagem televisiva em Lisboa ilustra um contraste. Nas ruas da baixa o "comércio tradicional" esteve hoje encerrado. À volta, tudo às moscas. Ao lado, os centros comerciais a funcionar em pleno e repletos de gente.
Outro registo. No Porto, quiçá estranhamente, não houve protestos nem "rivolução" pela Câmara Municipal não ter concedido a tolerância que o Governo atribuiu à administração pública, mas a reportagem televisiva traduziu a relativa insatisfação dos mais de 3000 funcionários abrangidos pela medida.
O terceiro registo vêm no Jornal de Notícias de hoje que informa: "Nem todos os inscritos como desempregados nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional - cerca de 458 mil, em Novembro passado - correspondem a pessoas que estão, de facto, à procura de trabalho. O instituto estima existirem perto de 60 mil pessoas que não trabalham nem querem trabalhar procuram, apenas, descontos e benefícios dados só a quem está no desemprego. Uma grande parte destas pessoas inscreve-se no início do ano (o que justifica o salto normalmente registado em Janeiro e Fevereiro), para escapar ao pagamento de anuidades, ou pagar menos que o preço de tabela."