Chegou a autorização do Reitor para utilizar viatura própria em deslocação ao estrangeiro. Se a deslocação fosse de avião, não haveria necessidade deste acto prévio, mas tratando-se da utilização de viatura própria numa deslocação ao estrangeiro, neste caso a Espanha, então é necessária uma autorização prévia. Nem que, como é o caso, a viagem em causa fique incomparavelmente mais económica de carro do que de avião e os custos sejam suportados não directamente pela minha universidade mas por receitas próprias que captei para a universidade, parte das quais me cabe gerir e aplicar em despesas deste tipo. Não se fique portanto a pensar que a universidade tem verbas ou financia qualquer das minhas deslocações ao estrangeiro!
A deslocação era a Logronho, cidade da região de La Rioja onde vão decorrer as próximas jornadas luso-espanholas (neste caso, mais rigorosamente, "hispano-lusas") de gestão, no início de Fevereiro próximo. Trata-se de evento periódico alternado entre Portugal e Espanha. Este ano hesitei na participação, desde logo porque a deslocação em causa iria trazer mais custos do que proveitos.
Se à deslocação se juntar toda a maçada administrativa a gerir além do pedido de autorização prévia ao Reitor, então os desincentivos são muitos. Incluíam coisas tão distintas como a preparação de manuscritos de acordo com normas de submissão que não eram claras mas sim equívocas; a marcação do hotel que, não obstante se apresentar como o único de cinco estrelas da cidade, na confirmação da reserva teve estrelas negativas; a inscrição e seu pagamento através de transferência bancária internacional; o envio do respectivo comprovativo por correio; e o planeamento da viagem, agora largamente facilitado pelas inúmeras ferramentas de pesquisa para o efeito.
O processo teve que ser interrompido sem que fosse feita a inscrição e o seu pagamento porque a organização entendeu, subitamente e sem que nada fosse atempadamente dito nas normas do congresso, colocar intimidatoriamente um prazo para inscrição e pagamento até ao dia 9 de Janeiro. Mais desagradável ainda foi constatar que afinal as taxas de inscrição eram bem superiores ao que estava programado na página em português. Uma vez mais por responsabilidade da organização que numa jornadas ditas "hispano-lusas" sempre teve enorme dificuldade em articular as normas em português. Seria simpático afirmar que são equívocos de traduação e linguagem na comunicação entre portugueses e espanhóis. Mas, com pena minha, o problema parece bem mais grave; é falta de profissionalismo. Por isso, este ano, mesmo com artigos aceites, não vai haver jornada.