Conhecimento tácito e conhecimento explicito
Por Miguel Gonçalves
Nonaka e Takeuchi descrevem que a estrutura base para a criação do conhecimento contém duas dimensões: epistemológica e ontológica.
Na dimensão ontológica, o conhecimento é criado apenas por indivíduos. Sem pessoas a organização não cria conhecimento. A organização apoia os indivíduos criativos ou fomenta um contexto saudável conducente à criação do conhecimento. A criação de conhecimento deve ser entendida como um processo que "organizacionalmente" amplifica o conhecimento criado pelos indivíduos e permanece como parte da rede conhecimento da organização. Este processo desenvolve-se numa comunidade interactiva que atravessa as fronteiras da organização.
Quanto à dimensão epistemológica, os autores japoneses basearam-se na distinção entre dois tipos de conhecimento: conhecimento tácito e conhecimento explícito.
Conhecimento tácito é caracterizado por um conjunto de ideais, valores, reflexões, emoções, palpites, desejos. É pessoal, de contexto específico e difícil de formalizar e comunicar. Este tipo de conhecimento encontra-se retido no cérebro do indivíduo, o qual, naturalmente, será aplicado num contexto específico, oportuno e adequado. Envolve valores intangíveis e manifesta-se pelas habilidades, "insights", intuições e crenças pessoais. É o conhecimento pessoal incorporado à experiência individual. Por exemplo, Picasso, que pintou quadros geniais, os filmes fantásticos realizados por Steven Spielberg, Ronaldo na selecção ao marcar um espectacular golo, entre outros.
Conhecimento explícito, também denominado por conhecimento "codificado", refere-se ao conhecimento que é transmissível em linguagem formal e sistemática. O conhecimento explícito encontra-se nos manuais, nas gramáticas, em livros, circulares, entre outros.
Parte da solução num processo de gestão de conhecimento é reconhecer e distinguir estes dois tipos de conhecimento. São conhecimentos que mutuamente se complementam. No entanto, o conhecimento tácito é relevante dada a sua riqueza interior. Este conhecimento, dificilmente transferível, poderá emergir da comunicação biunívoca, observação, aprendizagem, contacto informal, entre outros. Poderá significar a diferença e permitir a obtenção de sinergias quando devidamente articulado. Esta articulação poderá ser evidenciada através de redes de conhecimento. Identificar e gerir concomitantemente os conhecimentos impulsiona e distingue, determinadamente, a posição competitiva da organização.
Miguel Gonçalves, licenciado em Gestão de Empresas, pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Santarém; é Técnico Superior no Instituto do Emprego e Formação Profissional; possui um mestrado em Contabilidade e Administração promovido pela Universidade do Minho, onde apresentou a dissertação intitulada “Redes Institucionais de Conhecimento: Estudo de uma Rede na Indústria Têxtil e do Vestuário”.
Por Miguel Gonçalves
Nonaka e Takeuchi descrevem que a estrutura base para a criação do conhecimento contém duas dimensões: epistemológica e ontológica.
Na dimensão ontológica, o conhecimento é criado apenas por indivíduos. Sem pessoas a organização não cria conhecimento. A organização apoia os indivíduos criativos ou fomenta um contexto saudável conducente à criação do conhecimento. A criação de conhecimento deve ser entendida como um processo que "organizacionalmente" amplifica o conhecimento criado pelos indivíduos e permanece como parte da rede conhecimento da organização. Este processo desenvolve-se numa comunidade interactiva que atravessa as fronteiras da organização.
Quanto à dimensão epistemológica, os autores japoneses basearam-se na distinção entre dois tipos de conhecimento: conhecimento tácito e conhecimento explícito.
Conhecimento tácito é caracterizado por um conjunto de ideais, valores, reflexões, emoções, palpites, desejos. É pessoal, de contexto específico e difícil de formalizar e comunicar. Este tipo de conhecimento encontra-se retido no cérebro do indivíduo, o qual, naturalmente, será aplicado num contexto específico, oportuno e adequado. Envolve valores intangíveis e manifesta-se pelas habilidades, "insights", intuições e crenças pessoais. É o conhecimento pessoal incorporado à experiência individual. Por exemplo, Picasso, que pintou quadros geniais, os filmes fantásticos realizados por Steven Spielberg, Ronaldo na selecção ao marcar um espectacular golo, entre outros.
Conhecimento explícito, também denominado por conhecimento "codificado", refere-se ao conhecimento que é transmissível em linguagem formal e sistemática. O conhecimento explícito encontra-se nos manuais, nas gramáticas, em livros, circulares, entre outros.
Parte da solução num processo de gestão de conhecimento é reconhecer e distinguir estes dois tipos de conhecimento. São conhecimentos que mutuamente se complementam. No entanto, o conhecimento tácito é relevante dada a sua riqueza interior. Este conhecimento, dificilmente transferível, poderá emergir da comunicação biunívoca, observação, aprendizagem, contacto informal, entre outros. Poderá significar a diferença e permitir a obtenção de sinergias quando devidamente articulado. Esta articulação poderá ser evidenciada através de redes de conhecimento. Identificar e gerir concomitantemente os conhecimentos impulsiona e distingue, determinadamente, a posição competitiva da organização.
Miguel Gonçalves, licenciado em Gestão de Empresas, pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Santarém; é Técnico Superior no Instituto do Emprego e Formação Profissional; possui um mestrado em Contabilidade e Administração promovido pela Universidade do Minho, onde apresentou a dissertação intitulada “Redes Institucionais de Conhecimento: Estudo de uma Rede na Indústria Têxtil e do Vestuário”.