Sou um gajo da pesada
Por Pedro Chagas Freitas
Alguns chamam-lhe leve. Outros preferem – manias – chamar-lhe light. É mais chique. Ou até pop. Por mim, que não sou – apesar de por vezes gostar de assistir aos debates da Assembleia da República – dado a mariquices, não passa de fraca. O que não quer dizer necessariamente má. Não, não estou – como certamente estariam a pensar – a referir-me à liderança de Ribeiro e Castro à frente do CDS-PP (até porque, como convirão, trata-se de um espécime que tem pouco de light – em todos os sentidos). Refiro-me, isso sim, a uma espécie – não de magazine – de literatura. É pelo menos assim que lhe chamam: literatura. Eu – reitero –, que não sou dado a mariquices, prefiro chamar-lhe simplesmente uma sucessão de letras. Mas tergiverso.
Regressando: leve, light, pop ou fraca, a verdade é que é produto de um trabalho criativo (na medida em que exigiu criação) de um ser – dizem – humano. Nesse sentido, merece-me todo o respeito. Na mesma medida em que o autor de um assalto – pelo trabalho, também ele criativo, que teve de empreender – me merece todo o respeito. Bem vistas as coisas, ambos assaltam a carteira de muitas pessoas. O que os torna similares. Mas com uma vantagem para os autores dos livros: assaltam – para além da carteira – também o intelecto. Mas tergiverso – temo não saber o que significa esta palavra, mas acho-lhe alguma piada, talvez por eu ser dotado de alguma, digamos, estupidez – novamente.
O que eu queria, desde o início, transmitir com esta já longa prosa (para muitos será pura poesia e, para outros – quase todos –, mero lixo) é bastante simples: aprecio a – chamemos-lhe assim – literatura mais leve. Sim: aprecio. E aprecio por uma regra matemática bastante simples – elementar até: por exclusão de partes. Explicito para se tornar claro: sem a literatura leve de um lado, seria impossível saber qual era a pesada. A que realmente vale a pena. No fundo, é como uma boa comida: sem a má não teríamos condição analítica para apreciar a boa. Bastará colocar lado a lado uma fotografia da sua sogra (de uma delas, pelo menos) ao lado de uma da Soraia Chaves para saberem do que eu estou a falar.
Pedro Chagas Freitas, autor da coluna EmpreenLer, escreve. Há alturas, porém, em que consegue arranjar tempo para viver. Felizmente para o bem-estar de quem o rodeia, esses momentos são cada vez mais raros. Mais informações em www.pedrochagasfreitas.pt.vu
Por Pedro Chagas Freitas
Alguns chamam-lhe leve. Outros preferem – manias – chamar-lhe light. É mais chique. Ou até pop. Por mim, que não sou – apesar de por vezes gostar de assistir aos debates da Assembleia da República – dado a mariquices, não passa de fraca. O que não quer dizer necessariamente má. Não, não estou – como certamente estariam a pensar – a referir-me à liderança de Ribeiro e Castro à frente do CDS-PP (até porque, como convirão, trata-se de um espécime que tem pouco de light – em todos os sentidos). Refiro-me, isso sim, a uma espécie – não de magazine – de literatura. É pelo menos assim que lhe chamam: literatura. Eu – reitero –, que não sou dado a mariquices, prefiro chamar-lhe simplesmente uma sucessão de letras. Mas tergiverso.
Regressando: leve, light, pop ou fraca, a verdade é que é produto de um trabalho criativo (na medida em que exigiu criação) de um ser – dizem – humano. Nesse sentido, merece-me todo o respeito. Na mesma medida em que o autor de um assalto – pelo trabalho, também ele criativo, que teve de empreender – me merece todo o respeito. Bem vistas as coisas, ambos assaltam a carteira de muitas pessoas. O que os torna similares. Mas com uma vantagem para os autores dos livros: assaltam – para além da carteira – também o intelecto. Mas tergiverso – temo não saber o que significa esta palavra, mas acho-lhe alguma piada, talvez por eu ser dotado de alguma, digamos, estupidez – novamente.
O que eu queria, desde o início, transmitir com esta já longa prosa (para muitos será pura poesia e, para outros – quase todos –, mero lixo) é bastante simples: aprecio a – chamemos-lhe assim – literatura mais leve. Sim: aprecio. E aprecio por uma regra matemática bastante simples – elementar até: por exclusão de partes. Explicito para se tornar claro: sem a literatura leve de um lado, seria impossível saber qual era a pesada. A que realmente vale a pena. No fundo, é como uma boa comida: sem a má não teríamos condição analítica para apreciar a boa. Bastará colocar lado a lado uma fotografia da sua sogra (de uma delas, pelo menos) ao lado de uma da Soraia Chaves para saberem do que eu estou a falar.
Pedro Chagas Freitas, autor da coluna EmpreenLer, escreve. Há alturas, porém, em que consegue arranjar tempo para viver. Felizmente para o bem-estar de quem o rodeia, esses momentos são cada vez mais raros. Mais informações em www.pedrochagasfreitas.pt.vu