Praticamente no mesmo dia - hoje mesmo - dois episódios mostram um estilo de governação. Num deles, a Câmara Municipal de Portimão teve que ir para a comunicação social alertar: ou o Instituto de Estradas clarificava as notícias sobre o colapso eminente da ponte velha do rio Arade até às 12 horas de hoje ou a própria câmara cortava o trânsito. A resposta governamental veio célere, durante a tarde de ontem, Domingo, também ela através da comunicação social. Enquanto assistia a este espectáculo de fim-de-semana - qual peça de teatro - questionava-me sobre a necessidade da comunicação social e milhões de portugueses terem que intermediar esta conversa.
Num outro episódio, no extremo oposto do país, em Ponte de Lima, também uma senhora teve que mostrar publicamente na TV o seu estado de saúde para provar a quem tivesse dúvidas que não possui condições minímas para trabalhar por muito que a caixa de aposentações o exija e queira que ela se apresente no local do trabalho. No dia seguinte - hoje mesmo, há escassas horas - veio a terreiro o próprio ministro das finanças dar instruções superiores para a senhora ficar em casa, embora não a tenha dispensado do incómodo de hoje.
Há nestes dois acontecimentos um denominador comum que mostra uma forma de governar e tomar decisões. Ora, se a moda pega, qualquer um de nós tem que ir para os jornais para resolver o mais banal dos assuntos com a administração pública. Ou, então, para com ela se relacionar, além de um advogado, tem que se munir dum jornalista. Pelo menos, com este governo a resposta é mais célere... e vem pelo mesmo canal.