Se alguém tinha a ilusão de que a escolha do novo conselho de administração do BCP nada tinha de política pura e dura com segundas intenções, desengane-se porque Armando Vara é também candidato a lugar de topo no banco rosa-choque. Neste contexto completamente politizado, seria deveras interessante assitir a uma OPA estranja, para ver quem tem unhas para gerir o banco. Mas sem a intervenção (in)Constância de quem se tem revelado inoperante na supervisão e sem os recadinhos do tipo "cavalo branco" que o Governo vai dando. Entretanto, de forma coincidente com a manifestação de uma grande vontade privatizadora, Luis Felipe Menezes percebeu o que está a acontecer e veio reclamar a administração da CGD para o PSD. Sugeriu até o nome de Cadilhe, gestor que faz muito sentido desde que demonstre a mesma coragem privatizadora na CGD que mostrou há 20 anos enquanto ministro. No caso do PSD, se a agenda é mesmo reformista - e, como o prova a forma como o BCP escolhe administradores, é isso mesmo de que Portugal está carente -, deve então propor de forma inequivoca a privatização da CGD e demarcar-se da fúria protectora que assola o Portugal corporativo.