Empreendedorismo: adversidade ou vontade?
Por Maria José Silva
Na realidade, constata-se que é fundamental estimular a cultura empreendedora em Portugal. País onde há vontade de iniciar negócios, mas onde poucos se concretizam. No último Eurobarómetro retém-se que 57% dos portugueses inquiridos desejam trabalhar por conta própria, mas o medo de falhar (66%) é uma das razões para que o desejo não passe à prática. Em Portugal existe vontade de empreender, mas o medo de falhar é um factor que inibe o empreendedorismo.
Dada a importância que o empreendedorismo tem na economia, em particular, e na sociedade em geral, é crucial fomentar a cultura empreendedora. O empreendedorismo revela-se na criação de novas iniciativas empresariais, como a criação de uma nova empresa ou de um novo negócio, mas também surge com o desenvolvimento de novos projectos em empresas já existentes.
Colocam-se as seguintes questões: Por que razão se cria novas empresas? Por que razão se desenvolve novos projectos ou iniciativas em empresas existentes? As respostas a estas questões residem no facto de existir alguém que possui uma atitude empreendedora. Assim, a tónica coloca-se na existência de factores que potenciam a atitude empreendedora. Neste artigo destacam-se três factores: oportunidade, necessidade e capacidade.
Para que um indivíduo desenvolva uma atitude empreendedora torna-se necessário, em primeiro lugar, que tenha uma ideia de negócio, baseada na existência de uma oportunidade de mercado. Nesta perspectiva, o surgimento da ideia de negócio relaciona-se com percepção das necessidades de mercado, tendo em vista a sua satisfação. No entanto, outras ideias de negócios poderão surgir do processo de inovação, com o desenvolvimento de novos produtos ou serviços e, através deles, gerar novos segmentos de mercado.
O segundo factor, relaciona-se com a necessidade e desejo de criar uma empresa, que dependem da valorização de múltiplos factores e circunstâncias (sexo, idade, educação, cultura, valores, antecedentes familiares, aversão ao risco, situação de desempregado ou insatisfação no emprego anterior, desejo de independência, entre outros).
O terceiro factor consiste na capacidade para levar a cabo a iniciativa empresarial e converte-la num negócio. A capacidade empresarial está reflectida nas competências, habilidades e nos conhecimentos que possuem os promotores e, também, está reflectida na motivação, dedicação e empenho que os promotores colocam na iniciativa empresarial. A capacidade empresarial terá de ser dinâmica, de modo a acompanhar todas as fases de desenvolvimento da iniciativa empresarial e, consequentemente, promover a sustentabilidade empresarial.
A interacção entre estes três factores, potenciará uma atitude empreendedora, promovendo a que ideias inovadoras se transformem em iniciativas empresariais bem sucedidas.
Maria José Silva é Professora Auxiliar da Universidade da Beira Interior. É doutora em Gestão e investigadora do Núcleo de Estudos em Ciências Empresariais. As suas áreas de investigação são a inovação e empreendedorismo.
Por Maria José Silva
Na realidade, constata-se que é fundamental estimular a cultura empreendedora em Portugal. País onde há vontade de iniciar negócios, mas onde poucos se concretizam. No último Eurobarómetro retém-se que 57% dos portugueses inquiridos desejam trabalhar por conta própria, mas o medo de falhar (66%) é uma das razões para que o desejo não passe à prática. Em Portugal existe vontade de empreender, mas o medo de falhar é um factor que inibe o empreendedorismo.
Dada a importância que o empreendedorismo tem na economia, em particular, e na sociedade em geral, é crucial fomentar a cultura empreendedora. O empreendedorismo revela-se na criação de novas iniciativas empresariais, como a criação de uma nova empresa ou de um novo negócio, mas também surge com o desenvolvimento de novos projectos em empresas já existentes.
Colocam-se as seguintes questões: Por que razão se cria novas empresas? Por que razão se desenvolve novos projectos ou iniciativas em empresas existentes? As respostas a estas questões residem no facto de existir alguém que possui uma atitude empreendedora. Assim, a tónica coloca-se na existência de factores que potenciam a atitude empreendedora. Neste artigo destacam-se três factores: oportunidade, necessidade e capacidade.
Para que um indivíduo desenvolva uma atitude empreendedora torna-se necessário, em primeiro lugar, que tenha uma ideia de negócio, baseada na existência de uma oportunidade de mercado. Nesta perspectiva, o surgimento da ideia de negócio relaciona-se com percepção das necessidades de mercado, tendo em vista a sua satisfação. No entanto, outras ideias de negócios poderão surgir do processo de inovação, com o desenvolvimento de novos produtos ou serviços e, através deles, gerar novos segmentos de mercado.
O segundo factor, relaciona-se com a necessidade e desejo de criar uma empresa, que dependem da valorização de múltiplos factores e circunstâncias (sexo, idade, educação, cultura, valores, antecedentes familiares, aversão ao risco, situação de desempregado ou insatisfação no emprego anterior, desejo de independência, entre outros).
O terceiro factor consiste na capacidade para levar a cabo a iniciativa empresarial e converte-la num negócio. A capacidade empresarial está reflectida nas competências, habilidades e nos conhecimentos que possuem os promotores e, também, está reflectida na motivação, dedicação e empenho que os promotores colocam na iniciativa empresarial. A capacidade empresarial terá de ser dinâmica, de modo a acompanhar todas as fases de desenvolvimento da iniciativa empresarial e, consequentemente, promover a sustentabilidade empresarial.
A interacção entre estes três factores, potenciará uma atitude empreendedora, promovendo a que ideias inovadoras se transformem em iniciativas empresariais bem sucedidas.
Maria José Silva é Professora Auxiliar da Universidade da Beira Interior. É doutora em Gestão e investigadora do Núcleo de Estudos em Ciências Empresariais. As suas áreas de investigação são a inovação e empreendedorismo.