Recebi mensagem da direcção de recursos humanos da minha universidade. Sem qualquer desprimor para a simpática funcionária que a assina é, toda ela, um tratado. À primeira leitura, parece uma espécie de mobilidade na função pública, algo aliás confirmado pelo assunto, sugestivamente intitulado "Mobilidade interna de funcionários". Aqui está:
«A Direcção de Curso da Licenciatura em Música pretende recrutar, através de mobilidade interna, um funcionário administrativo, para desempenhar funções no Edifício dos Congregados. O funcionário a recrutar deverá exercer as suas funções na modalidade de horário de trabalho de jornada contínua, entre as 14.00 H e as 20.00 H. Os interessados deverão enviar o seu currículo até ao próximo dia 03-01-2008, para a Direcção de Recursos Humanos.»
O que a mim me deixa perplexo é uma direcção de curso poder recrutar funcionários. Eu próprio fui director de um curso que, com os seus mais de 600 alunos, era o terceiro maior da universidade, e nem sequer tinha quem escrevesse um ofício. Ao que parece, os recursos agora abundam, tanto mais que, ao recrutar um funcionário, o curso de música arrisca-se a ter tantos funcionários como alunos (na fase normal de candidaturas, o número de alunos colocado pela primeira vez foi um aluno ou ficou lá perto). E agora que analiso o problema em retrospectiva, não posso deixar de me questionar: será que, sem dar por ela, na altura eu tinha o meu instrumento musical mal afinado?
«A Direcção de Curso da Licenciatura em Música pretende recrutar, através de mobilidade interna, um funcionário administrativo, para desempenhar funções no Edifício dos Congregados. O funcionário a recrutar deverá exercer as suas funções na modalidade de horário de trabalho de jornada contínua, entre as 14.00 H e as 20.00 H. Os interessados deverão enviar o seu currículo até ao próximo dia 03-01-2008, para a Direcção de Recursos Humanos.»
O que a mim me deixa perplexo é uma direcção de curso poder recrutar funcionários. Eu próprio fui director de um curso que, com os seus mais de 600 alunos, era o terceiro maior da universidade, e nem sequer tinha quem escrevesse um ofício. Ao que parece, os recursos agora abundam, tanto mais que, ao recrutar um funcionário, o curso de música arrisca-se a ter tantos funcionários como alunos (na fase normal de candidaturas, o número de alunos colocado pela primeira vez foi um aluno ou ficou lá perto). E agora que analiso o problema em retrospectiva, não posso deixar de me questionar: será que, sem dar por ela, na altura eu tinha o meu instrumento musical mal afinado?
Ainda me recordo bem do discurso em que o Reitor anunciou a criação do curso de música. Coincidiu com uma cerimónia de aniversário da universidade a que assisti. Na altura, tive ocasião de comentar com colegas que esta parte do discurso do Reitor tinha um fim claro: o de que o pessoal começasse a alinhavar as notas musicais pela sua pauta ou, então, como referia uma outra colega, para que tocassemos pianinho. Na conversa, disponibilizei-me para dar o meu contributo ao novo curso - por exemplo, na cátedra do trombone - mas ninguém me ofereceu o lugar. Agora, no ano novo parece haver nova oportunidade.