A Curva da Estrada
Ferreira de Castro
Guimarães Editores, 12.ª ed., 2002 (1.ª ed. 1947)
Ferreira de Castro foi uma das minhas descobertas em 2007. Dele li dois romances e meio. Sobre o primeiro deles - A Lã e a Neve - já aqui tinha feito uma referência. Depois aventurei-me pela selva amazónica, precisamente com a Selva, aquele que julgo ser o seu romance mais famoso mas cuja incursão, no meu caso, não terminou ainda (até melhor oportunidade ficou a meio). Finalmente, A Curva da Estrada, é também ele uma história que vale a pena ler. Permito-me recorrer às seguintes palavras conhecedoras do livro: «O romance que Ferreira de Castro publicou em 1947, a que deu o título significativo de A Curva da Estrada, representa, no contexto da obra do autor, aquela que podemos considerar a sua época de maturidade. Não apenas maturidade estilística mas também um tipo de maturidade que já lhe permite perspectivar de uma forma diferente a própria dimensão do humano. De facto, enquanto que em romances como Emigrantes (1928) ou A Selva (1930), livros maiores na sua obra, o humano é encarado na sua dimensão mais miserabilista, pois trata-se de um tipo de homem circunscrito a uma época específica do processo histórico que enfrenta apenas a sua condição de ser sobrevivente, a problemática apresentada em A Curva da Estrada já em muito se distancia das questões da sobrevivência para centrar-se sobretudo nas questões de ordem ética e ideológica. Mais do que isso: centra-se também em aspectos marcadamente psicológicos, característica que irá afastar, de um modo definitivo, a obra da Ferreira da Castro da corrente literária dominante no seu tempo conhecida por neo-realismo.» [Continue a ler aqui]