2008-01-12

Um sportinguista paciente

Um sportinguista é normalmente um tipo paciente. Por vezes demais. Iludido por uma campanha do Sporting Clube de Braga, um amigo meu aventurou-se a equacionar a compra de um lugar para a segunda volta do campeonato. Foi ao sítio próprio na internet e – bingo – descobriu a tabela de preços. Mas apesar dos preços estarem marcados, não conseguiu saber aquilo que eles marcavam. Ou antes, sabia que o preço contemplava oito jogos caseiros, um deles o "derby" minhoto com o Vitória em claro destaque. Nem sequer foi exigente. Se o fosse quereria saber quais eram os jogos, as datas e as horas. Não se preocupou com isso porque ele sabe que os jogos estão todos agendados para as 16 horas de Domingo, embora, para seu grande desagrado, uns dias antes de cada jornada, os "profissionais" do futebol troquem os jogos para os dias e horas mais estranhas que se possam imaginar. Há, contudo, um detalhe que não quis descurar: o lugar no estádio, aquele mesmo onde iria abancar o seu rabo (sim, sim porque ele não tem um rabo quente como este e conhece relatos de rabos gelados no futebol). Vá lá, se não o lugar, pelo menos a bancada, cedeu. Era o mínimo que pedia. E para aquilo que é do mais elementar para quem compra um lugar num estádio não conseguiu obter informação. Nem no sítio próprio na internet, nem sequer – imagine o leitor – numa loja do clube, nem tão pouco - ironia suprema - na bilheteira. «Que fosse a outra loja, nas galerias do bingo», disseram-lhe. Equacionou o esforço, mas receou que à quarta tentativa tivesse de marcar audiência com o Cónego e aí o campeonato acabaria entretanto. Este meu amigo ficou, uma vez mais, desiludido e, claro, não comprou qualquer lugar no estádio. Não porque tenha achado os preços demasiado caros (embora também não os tenha considerado baratos) ou porque não se tenha empenhado na compra. Estranha, no entanto, que os dirigentes do clube – muitos deles "uns grandes profissionais" – se queixem da falta de adeptos.
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