2008-02-14

Reminiscência das jornadas



Sempre que entro na Faculdade de Economia do Porto, o ambiente dominante recorda-me Blade Runner, o filme de uma geração. Isso provoca-me uma sensação dupla: por um lado, a recordação da estética marcante duma époa; por outro lado, a recordação de um tempo passado que já lá vai. E, por muito que os anos 1980 possam estar na moda, eu não tenho saudades. Desta vez, o fenómeno agravou-se. Agravou-se porque na sala 258 - aquela mesma que mais frequentei durante as Jornadas Luso-Espanholas de Gestão - existe um relógio parado no tempo. Parado no tempo e, mesmo assim, sempre certo duas vezes por dia.


Fico inquieto com relógios parados. E quando um dos temas dominantes nas jornadas é a inovação - tema remetido para aquela sala - mais inquieto me torno. Por isso, faço um apelo: acudam ao relógio, substituam-lhe a pilha e devolvam-lhe a vida. Mais, se possível, mandem pintar uns painéis com verde alface, rosa choque ou, talvez um azul electrizante, futebolisticamente mais apropriado ao local. É, apesar de alguma claustrofobia, um edíficio acolhedor. Digno de Blade Runner.
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