Porque é que a missão da Universidade do Minho é pobre? É pobre desde logo porque é longa, demasiado complexa, e difícil de entender. Uma segunda limitação importante é que não faz qualquer referência aos seus mercados/públicos/grupos de interesse. Em terceiro lugar, é um enunciado que podia ser aplicado a qualquer universidade (ou até politécnico) e que não a distingue das suas concorrentes. Apesar de identificar algumas metas ("gerar, difundir e aplicar conhecimento; promover a educação superior; contribuir para a construção de um modelo de sociedade"), elas não se distinguem das metas de outras instituições de ensino superior (no caso "gerar, difundir e aplicar conhecimento; promover a educação superior") ou então, na pretensão de "contribuir para a construção de um modelo de sociedade ..." cai no domínio de idealismos inconsequentes do tipo "os amanhãs que cantam". Nesta abordagem idealista, recorre-se em excesso a projectos de boa vontade que envolvem "humanismo", "saber", "criatividade", "inovação", "crescimento", "desenvolvimento sustentável", "bem-estar" e "solidariedade". É, como já aqui tinha dito, uma espécie de querer salvar o mundo!
Quando a missão duma organização terrena como a Universidade do Minho envereda por esta via, então ela nunca será cumprida e não passará de um enunciado retórico sem aderência à realidade e à estratégia da organização. Ou seja, ela não identifica uma visão colectiva, partilhada e realista do futuro da organização que se torne numa referência e oriente o comportamento, decisões, e acções. Será, enfim, mais uma longa frase sem consequências.