Sem dúvida: «A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) considera que o modelo de fundação pública com regime de direito privado, ao qual as universidades portuguesas podem aderir, é uma das soluções que pode "melhorar a resposta" do ensino superior português às necessidades envolventes.» (Jornal de Negócio, 11 de Março de 2008). Tem razão a OCDE, embora é necessário que alguém lhe diga que só três instituições manifestaram a vontade de dar o passo fundacional, sendo que uma delas (ISCTE) nem sequer é universidade, e outra (Aveiro) é, no sistema português, um pequeno operador. Bem haja, por isso, o Porto que não só é a maior universidade portuguesa como parece mostrar uma vontade genuína de mudar. Quando é o líder a ensaiar os passos mais reformadores, algo de errado se passa no comportamento dos restantes operadores. Será conservadorismo? Receio? Ou haverá outros interesses acomodados que impedem a mudança? Pessoalmente, embora eu próprio trabalhe para um dos seus principais concorrentes, gostaria de ver a Universidade do Porto a jogar no campeonato universitário com a mesma garra que o FC Porto joga num outro campeonato, algo que o coloca num patamar competitivo muito acima dos seus principais concorrentes.