2008-03-12

Connectis

Reconhecer a multiculturalidade
Por Sílvio Brito

A internacionalização gera a multiculturalidade e a multiplicidade. Estas duas grandezas não se subordinam apenas à sua designação. Num sentido mais lato, elas tentam promover a deliciosa decantação dos saberes perante um público ávido de poder saborear o delicioso manjar que é o conhecimento no intuito de verem melhorada a função psíquica das suas vidas pessoais e profissionais por fenómenos representativos da estratégia, da comunicação, dos recursos humanos, da contabilidade, da matemática, da História, da Psicologia, e outras demais Ciências.

O seu objectivo consiste em promover a excelência do encontro de culturas, através da análise, da síntese, da crítica e da experimentação, de temáticas que vão desde o comportamento organizacional à análise de investimento. Cada vez mais, a internacionalização é a oportunidade de lançamento de condições que permitem as novas competências da gestão, e logo estamos a referir-nos ao novo tipo de gestor – o gestor transcultural e global.

Na área dos recursos humanos esta forma de gerir tem sido estudada, em larga medida, sobre o comportamento de liderança. Portanto, o futuro é difícil e trabalhoso, e teremos de apostar nas competências e nos conteúdos funcionais, nas tecnologias transformadoras da comunicação em actividades de gestão, e na liderança da mobilidade e do expatriamento, onde começa pura e simplesmente o relacionamento interpessoal entre pessoas e grupos de pessoas, o aceitar da diversidade, das suas necessidades, dos seus valores, e do respeito por ambos, mas na base de um diálogo atempado e não apressado.

Há que efectuar uma avaliação das nossas responsabilidades a nível do exterior e perante a natureza das nossas actividades. Trabalhando com discentes, verifico que estes consideram como mais importante para si, caso trabalhassem com pessoas de cultura diferente, os valores culturais dessas pessoas e o respeito pelos mesmos. Consideram que para serem eficazes em termos internacionais é necessária a aprendizagem dos valores culturais dos países que os poderão acolher. Nada é mais simples. E como disse Paracelso: “Aqueles que julgam que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo como as cerejas, é porque nada sabem acerca das uvas”.

Sílvio Brito é licenciado em Gestão dos Recursos Humanos e Psicologia do Trabalho pelo ISLA, Mestre em Gestão, na área do Comportamento Organizacional, pela Universidade Lusíada, e Doutor em Psicologia Evolutiva e da Educação, pela Universidad de Extremadura, Espanha.
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