Notícias como a que se segue deixam sérias dúvidas sobre a validade das políticas sociais:
«Uma multinacional americana instalada em Guimarães queixa-se de não conseguir trabalhadores. Manuel Cruz, director de recursos humanos da Amtrol-Alfa, instalada em Brito, estranha que isto aconteça num concelho que tem uma taxa de desemprego acima da média nacional. O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos do distrito de Braga alega que se trata de oferta de "trabalho temporário, com contratos de 15 dias, um mês". A empresa começou a publicitar as 90 vagas no início de Março, através da rádio, jornais, internet, cafés e até nas juntas de Freguesia. Até ontem à tarde, dos 90 funcionários que a unidade quer admitir até dia 1 de Abril, estavam recrutados 47, através de uma empresa de trabalho temporário. [...] A Amtrol-Alfa emprega 800 funcionários, maioritariamente a trabalhar em turnos rotativos. O sindicato diz que metade dos trabalhadores está ao serviço de empresas de trabalho temporário. "É a nossa forma de trabalhar. Temos uma parceria estratégica com uma empresa idónea e credível de trabalho temporário", refere Manuel Cruz, recusando, porém, explicar a razão que leva a empresa a colocar de lado os centros de emprego na hora de contratar trabalhadores. "Não sou obrigado a isso", adianta. "Quem recebe subsídio de desemprego pode fazer uma pausa para exercer outra actividade temporária e, se não se adaptarem a um novo trabalho, voltar a receber o subsídio", diz.» (Jornal de Notícias, 19 de Março de 2008)