Há duas expressões que se usam na minha universidade que sempre me causaram urticária. A primeira é o "complexo pedagógico". Quando cá cheguei disseram-se que as aulas decorriam no "complexo pedagógico" (na altura só existia um, mas agora há mais) e lá ía eu direitinho "dár aulas" para o "complexo pedagógico". Com o tempo a coisa atenuou-se e passamos a chamar-lhe CP. Mas o certo é que isto de lecionar num "complexo pedagógico" foi coisa que nunca digeri ao ponto de me deixar complexado. A outra é o estatuto mais convencional dos alunos: intitula-se "ordinário". Também nunca me entrou: já imaginaram o que é perguntar a um aluno se é "ordinário"? Por estes dias, há um outro que começa também a provocar-me alergia: "unidade orgânica" para siginificar uma faculdade, escola ou instituto (e, no futuro, mais coisas como, por exemplo "a minha alegre casinha"). Eu sei que o termo "unidade orgânica" decorre da lei, mas é termo que também não me agrada, ainda por cima podendo elas (as unidades, ainda por cima orgânicas) ser fundidas, extintas ou divididas. Há também aqui um certo paradoxo. Teria sido preferível fundi-las, extingui-las, criá-las ou o que quer que seja e só depois chamar "unidades orgânicas" ao que daí resultar. Mas, enfim, o problema maior não será a terminologia. Será mesmo as unidades orgânicas.