Economia e instituições
Por Ana Paula Faria
Porque é que alguns países são ricos e outros pobres? Esta é uma das questões centrais a que os economistas procuram responder. Entre as várias explicações avançadas, existem três razões que são consideradas mais relevantes.
A primeira explicação apresenta a geografia como sendo o factor mais determinante destas diferenças no nível de rendimento entre países. Isto porque a localização geográfica determina o clima de um dado país, os seus recursos naturais, o tipo de doenças, os custos de transporte, a difusão do conhecimento. Desta forma, a geografia é um importante determinante da produtividade agrícola de um país e da qualidade do seu capital humano.
A segunda explicação apresenta o comércio internacional como sendo o principal factor indutor da produtividade. Assim, uma maior integração dos mercados e menores barreiras ao comércio leva à convergência económica entre países com diferentes rendimentos.
Por último, uma terceira explicação apresenta as instituições como sendo o factor central na explicação das diferenças de rendimento entre países. Estas instituições referem-se ao ambiente legal (rigor e celeridade na aplicação da lei, corrupção, aplicação dos direitos de propriedade intelectual), regulação dos mercados, eficiência dos governos.
Os resultados de estudos que procuraram medir o efeito e a importância de cada uma destas explicações apontaram as instituições como sendo o argumento que melhor explica as diferenças nos rendimentos entre países. Sabendo nós que os países com maior acumulação de conhecimento e inovação são os mais produtivos e os mais ricos, a questão que se coloca é então perceber em que medida o ambiente institucional de cada país contribui para a sua capacidade inovadora e, consequentemente, para o seu crescimento económico.
Durante a última década têm surgido vários estudos que centram a sua análise no impacto que as instituições têm em vários fenómenos de índole económica, tais como investimento, mercado de trabalho, mercado de capitais. Em geral, os resultados são bastante inequívocos indicando que as economias onde o sistema legal funciona melhor, onde existe menos corrupção e melhor eficiência governamental são as que apresentam maior crescimento. Dada a importância desta matéria, quer o Banco Mundial quer a OCDE, têm desenvolvido vários indicadores que têm por objectivo aferir o melhor possível o ambiente institucional a fim de podermos aumentar o nosso conhecimento sobre o verdadeiro impacto das instituições na economia.
Ana Paula Faria é professora da Universidade do Minho. Possui o PhD em economia pela University of Nottinghan (Reino Unido) e as suas áreas de interesse académico incluem temas como a inovação e mudança tecnológica, produtividade e eficiência.
Por Ana Paula Faria
Porque é que alguns países são ricos e outros pobres? Esta é uma das questões centrais a que os economistas procuram responder. Entre as várias explicações avançadas, existem três razões que são consideradas mais relevantes.
A primeira explicação apresenta a geografia como sendo o factor mais determinante destas diferenças no nível de rendimento entre países. Isto porque a localização geográfica determina o clima de um dado país, os seus recursos naturais, o tipo de doenças, os custos de transporte, a difusão do conhecimento. Desta forma, a geografia é um importante determinante da produtividade agrícola de um país e da qualidade do seu capital humano.
A segunda explicação apresenta o comércio internacional como sendo o principal factor indutor da produtividade. Assim, uma maior integração dos mercados e menores barreiras ao comércio leva à convergência económica entre países com diferentes rendimentos.
Por último, uma terceira explicação apresenta as instituições como sendo o factor central na explicação das diferenças de rendimento entre países. Estas instituições referem-se ao ambiente legal (rigor e celeridade na aplicação da lei, corrupção, aplicação dos direitos de propriedade intelectual), regulação dos mercados, eficiência dos governos.
Os resultados de estudos que procuraram medir o efeito e a importância de cada uma destas explicações apontaram as instituições como sendo o argumento que melhor explica as diferenças nos rendimentos entre países. Sabendo nós que os países com maior acumulação de conhecimento e inovação são os mais produtivos e os mais ricos, a questão que se coloca é então perceber em que medida o ambiente institucional de cada país contribui para a sua capacidade inovadora e, consequentemente, para o seu crescimento económico.
Durante a última década têm surgido vários estudos que centram a sua análise no impacto que as instituições têm em vários fenómenos de índole económica, tais como investimento, mercado de trabalho, mercado de capitais. Em geral, os resultados são bastante inequívocos indicando que as economias onde o sistema legal funciona melhor, onde existe menos corrupção e melhor eficiência governamental são as que apresentam maior crescimento. Dada a importância desta matéria, quer o Banco Mundial quer a OCDE, têm desenvolvido vários indicadores que têm por objectivo aferir o melhor possível o ambiente institucional a fim de podermos aumentar o nosso conhecimento sobre o verdadeiro impacto das instituições na economia.
Ana Paula Faria é professora da Universidade do Minho. Possui o PhD em economia pela University of Nottinghan (Reino Unido) e as suas áreas de interesse académico incluem temas como a inovação e mudança tecnológica, produtividade e eficiência.