2008-06-05

Membros externos na governação universitária

Vale a pena partilhar uma das curiosidades que retive do último debate sobre "reforma universitária" organizado pelo Grupo de Reflexão sobre a Universidade do Minho (UM) que decorreu na passada semana em Guimarães. Trata-se da participação dos membros externos nos trabalhos da assembleia estatutária para a elaboração dos estatutos da UM. Ao que parece, segundo as palavras de Pedro Oliveira, um dos professores membros da referida assembleia, os membros externos tiveram nestes meses de trabalho alguma dificuldade em compreender as "diatribes" e "idiossincrasias" dos académicos, o que, segundo entendi, terá justificado o seu menor empenho e presença no processo.

Ora, para os menos informados, um dos aspectos em que a nova lei de governação universitária pretendia inovar, era precisamente na participação de "stakeholders" externos nessa governação. Daí que os primeiros sinais que nos chegam não sejam positivos. O que, convenhamos, é facilmente justificável se atendermos ao processo como esses membros externos foram escolhidos. Um processo que no caso da assembleia estatutária da UM envolveu uma estranha co-optação efectuada pelos membros internos eleitos pelos professores. Ora, que independência podem ter estas pessoas no exercício duma função quando elas próprias acedem a essa função através de um mecanismo que, só por si, lhes confere uma independência e legitimidade menor?

Em síntese, como já aqui tinha colocado o problema, é necessário repensar os mecanismos, fins e resultados atingidos com a representação da ... chamemos-lhe "sociedade", nos órgãos de governo da universidade. Eu da minha parte, não tenho dúvidas: prefiro um membro externo activo nomeado pelo Governo, nem que seja um "controller" financeiro, do que falsos membros externos ou figuras decorativas.
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