Esta coisa de se encerrarem universidades privadas está a deixar-me estupefacto. Não por elas encerrarem, mas pela forma como o Estado lava as mãos. O problema é simples: uma universidade, qualquer que ela seja, deve estar para o Estado no mínimo da mesma maneira que um depósito bancário. Explico-me: se Teixeira dos Santos garante os depósitos, Mariano Gago deve garantir que quem inicia um curso superior num estabelecimento de ensino autorizado o possa concluir. Dito de outra forma: ao Estado não lhe cabe somente autorizar a abertura de instituições de ensino quando lhe dá jeito e acompanhar o seu desempenho duma forma que valeria a pena questionar. Cabe-lhe também criar os mecanismos que possibilitem aos alunos das universidades encerradas terminar os seus cursos, criados e existentes durante longos anos com a sua autorização. Poderia ir mais longe e questionar se o Governo também garante a sustentabilidade do ensino superior público. É que todos os dias somos confrontados com inúmeras dessas instituições a dizer que não se aguentam económica e financeiramente. Será, por isso, que as vai encerrar? Não creio.