2008-10-01

Será de levar a sério este mi(ni)stério da saúde?

Durante meses, anos mesmo, o ministério da saúde andou a pregar a necessidade de encerrar maternidades e urgências pelo país fora com o argumento de que a escassez de recursos não permitiria cumprir requisitos técnicos indispensáveis à prestação dos respectivos cuidados de saúde. Curiosamente, hoje mesmo, sob a alçada do mesmo Governo (embora na área da saúde fique a ideia de que o Governo é outro desde que mudou o ministro), é inaugurada uma nova urgência em Monção instalada em ... contentores. Ora, isto é a negação do discurso do Governo durante anos.

Ainda a propósito de saúde, este blogue apoia a seguinte iniciativa comunista e estranha que não surjam mais vozes a exigir que o Governo explique isto bem explicadinho: «No livro recentemente editado "Reforma da Saúde - o fio condutor", o ex-ministro da Saúde Correia de Campos escreve que "um dos maiores obstáculos à baixa de preços dos medicamentos (...) reside na actual composição das comissões encarregadas desta tarefa, (...) que sofre de conflitos de interesse explícitos ou implícitos". Esta é, na opinião de Bernardino Soares, "uma matéria demasiado grave para passar em claro". Nesse sentido, o grupo parlamentar dos comunistas vai exigir explicações ao ex-ministro na Comissão de Saúde da Assembleia da República: "Gostaríamos de saber em que é que se funda essa afirmação, que medidas é que tomou enquanto ministro para que o Estado não esteja aprisionado na avaliação de medicamentos pelos interesses da indústria multinacional dos medicamentos, como insinua no seu livro".[...]» (Expresso, 30 de Setembro de 2008).
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