Quando há dias soube da proposta de uns alunos da minha universidade para que esta fosse encerrada "para ajudar a pagar o subsídio de Natal" dos seus funcionários e docentes, entre eles eu próprio, pensei tratar-se duma brincadeira. De facto, é tal a quantidade de brincadeiras que alguns alunos ainda persistem em realizar no campus que pensei tratar-se de mais um "happening". Enganei-me. No dia seguinte, o protesto institucionalizou-se com a comunicação de um pró-reitor dirigida à tecnoestrutura dando conta da medida. Percebi que a coisa era politicamente séria. Muito séria. Mais séria seria se: i) os alunos não fossem utilizados indevidamente para o efeito (ou então quiseram dar um ar da sua graça fazendo uso de informação privilegiada); ii) a posição fosse comunicada, em primeiro lugar, a todos os públicos internos da universidade (eu e muitos docentes e funcionários, por exemplo, até hoje nada sabemos que não seja pelos jornais ou por vias travessas); iii) toda a equipa reitoral, começando naturalmente pelo reitor, desse a cara pela decisão. Como assim não foi, na minha modesta opinião e com pena minha, uma decisão política desta natureza não surtirá os efeitos que eram desejáveis.