«O elevado custo para o Estado de duas das concessões rodoviárias lançadas pelo Governo motivou os alertas do Presidente da República para a necessidade de se tomarem decisões acertadas na comparação entre custos e benefícios. As concessões Auto-Estradas do Centro e Pinhal Interior, que ainda estão a concurso, não só vão exigir o dobro do investimento previsto, ultrapassando, em conjunto, os três mil milhões de euros, como durante o prazo da concessão o Estado terá de arcar ainda com outros custos, como a operação e manutenção, o serviço da dívida e o retorno do investimento. Custos que, segundo apurou o Negócios, podem quadruplicar o custo total com estas auto-estradas que o Estado terá de suportar durante o prazo da concessão. O investimento inicialmente previsto pelo Executivo na Auto-Estradas do Centro era de 740 milhões e na Pinhal Interior de mais de 770 milhões. E se a Estradas de Portugal (EP), em troca do pagamento da disponibilidade e do serviços às concessionárias, recebe as receitas de portagem, no caso da Pinhal Interior não haverá receita para a empresa pública, uma vez que não terá portagens. Na Auto-Estradas do Centro, 184 dos 369 quilómetros terão portagem. A preocupação de Cavaco Silva prende-se com os custos que as novas concessões rodoviárias terão para as gerações futuras, tendo por isso apelado anteontem a que as decisões sejam "ponderadas para que do dinheiro dos contribuintes saia mais benefício do que custo".» (Jornal de Negócios, 26 de Março de 2009)