Um dos aspectos que me deixou mais perplexo na reforma estatutária da Universidade do Minho de 2008 (em fase ainda de aplicação) foi a adopção daquilo a que vou simpaticamente chamar "geometria variável". Com uma geometria destas criaram-se estruturas ao nível das unidades orgânicas (vulgo faculdades), em que exisitem unidades orgânicas de dimensão inferior à de subunidades que integram outras unidades! Naturalmente, para quem tem uma visão idílica da universidade, isto não é um problema. Para alguns, inspirados talvez pela UE, será provavelmente uma virtude por julgarem que a sua universidade é uma coisa tão ampla e diversa como a Europa. Mas o certo é que estão em causa princípios elementares como a coesão e consistência organizacional. Para mais tratando-se duma PMU, que é como quem diz uma pequena e média universidade. E quando assim é, as posturas autonomistas de outras subunidades ganham legitimidade e vão-se afirmando (veja-se o exemplo protagonizado pelo Departamento de Informática da mesma universidade).
Não fiquei por isso especialmente surpreendido - embora também seja matéria dificilmente aceitável - ao saber que cada unidade orgânica possui regulamentos que apontam para soluções de governação bastante distintas. O que também recomendaria uma reflexão do Reitor e do Conselho Geral. Estejam eles alertados para isto.