Há quase dois anos, afirmava neste blogue que Luís Manuel Cunha «é presentemente o cronista do país que mais aprecio, daqueles que, quando o jornal chega, nos faz ir ler rapidamente. Meus amigos, deixem de ler os textos lavadinhos da imprensa portuguesa e leiam este nosso amigo de Barcelos. É uma escrita desassombrada, mas elegante, de quem não tem tento na caneta mas diz a verdade. [...]. Dificilmente encontrará alguém a retratar tão bem o quotidiano português, seja em Barcelos ou em qualquer outra terreola.»
Hoje reafirmo-o: Luís Manuel Cunha que assina uma coluna quinzenalmente no Jornal de Barcelos é do melhor que se pode encontrar na imprensa portuguesa. Retrata Barcelos e ao faze-lo retrata todas as nossas cidades, vilas, terras. Retrata Portugal, a nossa sociedade, aquilo que somos, as nossas (poucas) virtudes, os nossos defeitos. Com uma vastagem acrescida desta vez. Acaba de ser publicada uma excelente colectânea das suas crónicas, reunidas numa edição muito cuidadosa e profissional que nada tem a ver com o actual panorama de grande parte da edição portuguesa e dela se distingue. Pela independência, pela substância, pelo estilo, pelo humor, pela astúcia. Só vos digo, amigos, tem-me dado um gozo tremendo reler muitos destes textos, enquanto outros tantos leio pela primeira vez. A não perder.