2010-02-24

ClaustrUM

Jaime Rocha Gomes já ganhou
O ClaustrUM saúda a coragem revelada por Jaime Rocha Gomes em se candidatar a Presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho. Independentemente do resultado - e talvez ninguém melhor do que ele sabe ao que vai -, pode afirmar-se que ele e a sua escola já ganharam com a decisão. E ganharam porque passou a haver "escolha", algo essencial em sistemas eleitorais que se dizem democráticos, mas onde é muito difícil ver a aplicação desses princípios. Daí que o simples facto de haver alternativa, seja positivo. Mesmo para as candidaturas monopolistas que invariavelmente se têm apresentado às várias unidades orgânicas.

Empresário no Conselho de Escola
É sabido que a relação entre empresários e académicos (e vice-versa) não é das mais fáceis. Mas daí a que alguns académicos vejam no atributo "empresário" uma qualidade que é, em primeiro lugar, algo negativo, ou bem inferior ao de "académico", vai uma distância que pensei ser dificilmente percorrida por alguns académicos. Ainda por cima numa escola de economia e gestão, onde se esperaria que a sensibilidade empresarial fosse maior. Ainda assim, o Conselho de Escola da Escola de Economia e Gestão tomou uma decisão acertada: escolheu um membro externo que vem duma empresa de referência por si criada (detalhe nada displicendo), para além de outros atributos positivos, evidentemente. José Dionísio, licenciado em engenharia pela Universidade do Minho, co-fundador da Primavera Software e seu gestor, toma hoje posse pelas 12 horas na Escola de Economia e Gestão como membro do seu Conselho de Escola.

Afectação de recursos às unidades orgânicas
Já aqui se disse que reconhecer a existência de desequilibrios na afectação de recursos entre unidades orgânicas é um sinal positivo. Aliás, a forma como o Reitor o fez e o momento escolhido pareceu-me particularmente feliz e bem conseguido. Trata-se, pois, de um primeiro passo - crucial e absolutamente necessário, é certo - para desencadear as acções necessárias para repor o equilibrio. E se esse reconhecimento é muito positivo, deve também reconhecer-se que o mais difícil é agir em conformidade. Tarefa tanto mais necessária quando é sabido que uma das escolas a que é pedido um maior esforço de vagas para o "contrato de confiança" (triste nome para um contrato que gera tantas desconfianças) não evidencia excesso de recursos docentes. Antes pelo contrário.

ClaustrUM, apontamentos duma universidade.
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