«[...] Enquanto o mundo empresarial, consciente da relação proporcionalmente inversa entre burocracia e produtividade, está a reduzir e a simplificar a burocracia, na universidade multiplicam-se os formulários electrónicos redundantes, distribuídos por diferentes plataformas, frequentemente sem a conexão adequada entre elas. No que à burocracia diz respeito, a tecnologia deveria surgir de forma eficaz e para simplificar e facilitar os processos. Contudo, tem-se verificado que pouco mais são do que instrumentos de devoção, obrigando ao crescimento dos serviços que os gerem e administram. Sem qualquer vantagem perceptível ao nível da qualidade global do serviço que prestamos. Assistimos assim à crescente transferência de obrigações administrativas para os docentes e investigadores, em detrimento das suas principais vocações e talentos. Por outro lado, os efetivos de apoio afetos a departamentos e centros têm vindo a ser depauperados em ordem inversa do que acontece com os serviços centrais, com claro prejuízo para o desempenho global da universidade. As alternativas devem ser suscitadas e construídas de forma colaborativa e participada, e não por imperativos de quem gere as diversas plataformas. Um sistema de informação académico de qualidade deveria promover eficácia e eficiência no suporte à administração e gestão das múltiplas atividades de ensino, investigação, e extensão; e não apenas servir como suporte aos serviços centrais, à custa dos intervenientes mais relevantes do processo: os docentes e os investigadores.[...]» (Mensagem electrónica de Fernando Castro, Professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Minho, 15 de janeiro de 2013)