2013-04-24

Um japonês em terras do Coura

Teria preferido um VW Polo, estava à espera de um Fiat Punto, mas passaram-me para a mão um Toyota Yaris. Tudo do mesmo segmento, imagino. A viagem de ida foi relativamente calma, a experimentar, a sentir-lhe as reacções, a tocar-lhe na caixa. A detectar-lhe as surpresas, qualidades e traços: espaço generoso; tablier convencional com estética japonesa quanto baste; plásticos a lembrarem plásticos, o que é realmente pena; estofos aceitáveis. E siga rumo ao Alto Minho que se faz tarde.


A reunião de Valença foi maçuda. Abri a boca de sono. Um autêntico bocejo. Mas no regresso não estive com meias medidas. Precisava acordar.



A Nacional 201 entre Valença e Ponte de Lima, via Paredes de Coura, é propícia à condução agressiva. Depois de Ponte de Lima, a caminho de Braga, o movimento é maior e desaconselha o mesmo tipo de aventuras. Mas na zona mais rural, em terras do Coura, o traçado, o escasso movimento e os diferentes estados do piso são um convite irrecusável. Ali não havia lugar a bocejos. Logo após a longa recta de São Pedro da Torre o traçado é sinuoso, pontualmente a pedir a engrenagem da 2.ª. Começa-se a sentir o carro.



Lá no alto ganha-se rapidez com curvas e contra-curvas a fazerem chiar os pneus. Numas ocasiões com piso cuidado, noutras vezes com as irregularidade do alcatrão a obrigar maior atenção. Nas curvas longas, sinto a falta de patilhas ao volante para controlar a caixa! Na zona da Casa de Romarigães o tapete está novo. Mas o tempo não é de Aquilino Ribeiro nem sequer há vagar para apreciar as paisagens bucólicas do Minho. Toda a atenção vai para o asfalto. Acelera-se que é um gosto.



O Yaris a gasolina revela-se mais pujante do que alguma vez me passaria pela cabeça. Não lhe identifiquei o motor. Ainda que provavelmente seja a versão de entrada, de 1000 c.c., não me surpreenderia que fosse o motor acima, de 1300 c.c., bem mais pujante. Ao devolve-lo perguntei a cilindrada à menina do balcão. Não inteiramente confiante, disse-me que seria um 1200, o que me surpreendeu de todo porque nestes carros não existe tal cilindrada. Nada argumentei em contrário. Tinha-me convencido.
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