Haveria muito a dizer sobre os quatro projetos de marketing apresentados ontem pelos finalistas da Licenciatura em Marketing da Universidade do Minho. Evitando alongar-me, há dois aspetos que quero aqui assinalar (muitos outros haveria).
Um deles resulta de um equívoco clássico. Nos anos que tenho disto, não devia ser surpresa. Mas foi uma surpresa verificar o quanto os estudantes de marketing continuam a privilegiar a comunicação nas suas propostas, recomendações e decisões. Ingenuamente, pensava que o marketing enquanto comunicação ou enquanto publicidade (um instrumento de comunicação) era uma visão redutora em que os estudantes de hoje já não não se deixariam cair. Enganei-me nisso e constatei com alguma surpresa que a comunicação continua a ser de longe o instrumento de marketing que os estudantes preferem. Opções.
A segunda surpresa foi verificar a crença quase inabalável que muitos colocam na pesquisa de mercado. Se por um lado ela é importante, o certo é que, sobretudo em contextos empreendedores como aquele que estava em causa, essa pesquisa deve ser conduzida com precaução e desconfiança. Pessoalmente, creio até que ela pode limitar alguma criatividade e arrojo. Mas no geral muitas das propostas basearam-se naquilo que supostamente os dados da pesquisa revelaram. O que, sejamos realistas, foi também uma forma fácil e desculpabilizante de justificar muitas opções propostas.