Não se pode morrer sem ter lido este livro. Está tudo dito. Tal afirmação tão simples e curta nega precisamente o detalhe e a precisão das descrições de Thomas Mann neste magnífico Os Buddenbrook. A maturidade da vida e a experiência que o romance transpira em cada uma das suas páginas torna difícil acreditar como é possível o autor ter escrito Os Buddenbrook com 25 anos de idade. Mas isso é outra história.
«Os Buddenbrook narra a ascensão e a decadência de uma família burguesa alemã através de quatro gerações. Mais do que a crónica em torno da vida e costumes dos seus personagens, este romance é a metáfora exemplar das contradições e dilemas de uma classe, cujo poder e domínio se constroem sobre a fraude, a hipocrisia e a alienação. Ao mesmo tempo, como posteriormente acontecerá nos seus principais romances, Thomas Mann propõe e desenvolve o tema da arte como a instância privilegiada em que o homem pode reflectir sobre si, a sua época e o seu meio.»