By the Fireplace, Anders Zorn
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Distribuição Digital e Modelos de Negócio na Indústria da Música
Filipe Corrêa de Nápoles Pinto Leite
2016
«Esta dissertação é dedicada ao tema da distribuição digital de música e o impacto que esta teve na indústria musical, sendo o seu problema de pesquisa compreender o que mudou na indústria musical a partir do momento em que a música passou a ser distribuída digitalmente. Para delimitar o problema e guiar a investigação foram propostos quatro objetivos que visam compreender o efeito que a digitalização da música teve: i) na rede de relações da rede de valor da indústria musical; ii) nos modelos de negócio dos artistas e das editoras, iii) nas relações entre artistas e consumidores; e iv) na indústria da música ao vivo. Para atingir esses objetivos optou-se por realizar uma pesquisa de natureza qualitativa sendo que os dados foram recolhidos através de entrevistas semiestruturadas. Foram realizadas doze entrevistas a treze pessoas ligadas à indústria musical. As entrevistadas foram gravadas em formato áudio e posteriormente transcritas, tendo sido depois os dados tratados através da técnica da análise de conteúdo. Foi possível concluir que a distribuição digital alterou de forma profunda a estrutura da indústria musical, tendo existido uma evidente perda de poder das editoras face ao poder dos outros atores que compõem a indústria. Também se concluiu que, tanto as editoras como os artistas diversificaram as suas funções em resposta ao decréscimo da venda de música em formato físico, o que foi possível não só devido à digitalização da música e dos respetivos canais de distribuição, mas também dos meios de produção de forma geral. As mudanças estudadas mostraram também que a relação entre o artista e consumidor se estreitou. No que diz respeito à música ao vivo, foi possível verificar que o mercado cresceu devido a vários fatores: a digitalização do mercado da música que facilitou o acesso dos músicos aos consumidores e dos consumidores à música; o surgimento de uma “cultura dos festivais” nos consumidores mais jovens; e o grande interesse de marcas patrocinadoras em associarem-se a este mercado da música.»