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Estratégia e Competitividade Territorial - Estudo de uma Rede Urbana no Baixo Minho
Nuno André Pinto Bastos Leite Silva
2009
«A competitividade territorial tem ganho relevo num mundo globalizado e em constante evolução. As cidades e as regiões, ao aperceberem-se da importância da sua afirmação internacional, procuram vantagens competitivas e modelos de intervenção coerentes com uma gestão estratégica do território. Com o objectivo de identificar caminhos para que a rede urbana de nome “Quadrilátero Urbano para a Competitividade, a Inovação e a Internacionalização” possa consolidar-se como a “terceira concentração urbana e de conhecimento” de Portugal, a investigação efectuada pretendeu contribuir para: avaliar a capacidade competitiva da rede para o Baixo Minho; melhorar a compreensão do tema no contexto estratégico das regiões; induzir melhorias nas políticas públicas; e, idealizar o Minho como “Região do Conhecimento”. O estudo desenvolvido apoiou-se na realização de treze entrevistas exploratórias, as quais envolveram pessoas directamente ligadas ao projecto e à rede urbana em causa. Todas as entidades entrevistadas reconheceram a importância da cooperação estratégica como resposta à complexidade que a equação da competitividade actualmente encerra. Este trabalho vem demonstrar a existência de um motor de desenvolvimento regional no Baixo Minho composto pelos quatro municípios do “Quadrilátero”: Barcelos; Braga; Guimarães; e, Vila Nova de Famalicão. Como verificámos, o aumento da competitividade de um território como este pressupõe a aposta no capital humano, no conhecimento, na criatividade e na excelência. A matriz territorial portuguesa não corresponde às dinâmicas nem às necessidades que emergem do próprio território. O “Quadrilátero” é disso bom exemplo, ao encontrar-se numa divisão territorial que coloca Barcelos e Braga na NUT III Cávado e Guimarães e Vila Nova de Famalicão na NUT III Ave, o que efectivamente não beneficia a estratégia nem a funcionalidade da rede: a regionalização tarda a implementar-se em Portugal. Esta falta de reconhecimento institucional dificulta a afirmação e a identificação natural desta rede. Enquanto região vitalista que é (portadora de dinâmicas e funcionalidades próprias), concluímos ser possível consolidar o sistema territorial do “Quadrilátero” não apenas como a terceira concentração urbana do país (que já é), mas também como uma área metropolitana policêntrica com escala para competir no mundo global.»